segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Killing lights

Ela sempre teve o olhar, as mãos e a fala firmes.
Sempre andou de cabeça erguida, sem olhar para o chão.
Sempre foi decidida; ou era ou não era - mesmo quando lhe perguntavam se ela queria sorvete de creme ou chocolate e ela respondia "misto!".
Sempre foi centrada nos estudos, sempre tirou nota boa, nunca perdeu um dia de trabalho - exceto pela morte de sua avó - e sempre fez o possível (e o que às vezes parecia impossível) para alcançar seus objetivos.
Mas sempre existe um "maas", então ela se apaixonou. Não, não. Mais do que isso. Ela passou a amar.
O que há de errado em amar? Nada... Pra quem não é um iniciante no mundo das relações amorosas.
Ela descobriu o ciúme, a saudade incontrolável, a vontade arrebatadora de estar perto; sentimentos desconhecidos e de difícil gerenciamento.
Ela achava que iria morrer sozinha, sem ter amado, sem ter sido amada. Era fato. Era real. Era sólido. Era confortável. Era mentira.
E a firmeza se esvaiu. Sonhos soltos tomaram o lugar dos planos concretos e da vida idealizada. Ela se permitiu, se deixou levar. E tudo ia bem, até chegar o medo.
O medo de perder quem ama, o medo de se perder no meio do caminho, o medo de deixar tudo e todos que conhece.
Medo, medo, medo.
Às vezes ela vai dormir apavorada, tamanha a mudança que a aguarda. Às vezes o seu coração se acalma, e ela sabe que está fazendo a coisa certa. Às vezes ela só precisa colocar a cabeça no travesseiro, ter uma boa noite de sono e acordar com a certeza de que vale a pena aguardar as cenas dos próximos capítulos.

Um comentário:

Natália Oliveira disse...

Eita.... Sinto a mesma coisa nega... Da ate medo quando as coisas sao tao parecidas... Medo, medo e medo, mas tenho certeza que estamos fazendo a escolha certa... Te amooooo

Nega