quarta-feira, 9 de junho de 2010

Antes do amanhecer.

Já passa da meia noite e ela ainda não conseguiu dormir.
Tentou meditar, tentou cantar músicas de ninar, contou carneirinhos, até.
Os pensamentos não param.
Sua cabeça dói e ela não consegue dormir.

Sai de baixo dos endredons. Coloca o chinelo de dedo.
Abre a porta do quarto. Encara o corredor escuro.
Decidi ir, por que não?
Pega o molho de chaves, abre a porta e o portão.

O vento frio causa arrepios e ouriça todos os pêlos do corpo.
Ela quer congelar os pensamentos.
Anda pela rua, em camisola de cetim.
Os cabelos bagunçados - Meu Deus, que ninguém me veja!
Continua andando, sem destino certo.

O ar frio nos pulmões, a dificuldade para respirar.
A pele queimando, ardendo.
O corpo mal consegue se mexer.
Então, ela se deu conta: parou de pensar.
Parou de andar também.

A rua escura, a lua lá em cima, cheia, poderosa.

- É hora de voltar pra casa.

Nenhum comentário: